VICTOR WITTER TURNER
Floresta de símbolos: Aspectos do Ritual
Ndembu
Introdução
Em
varias partes da Zambia as antigas práticas religiosas dos africanos que tem
desaparecido devido o contato direto ou indireto com os costumes dos brancos,
essas mudanças interferem diretamente nas práticas religiosas e nas relações
familiares desses povos. Já com os Ndembu essas interferências tem sido lenta e
de pouco impacto, pois seu cotidiano tem uma relação direta com as práticas
religiosas.
·
A
estrutura da aldeia
Aldeias específicas se movimentam
frequentemente ao longo do tempo, que acabam sofrendo fragmentações. Porém a organização
da aldeia Ndembu se mantém unida.
Matrilinearidade
e Virilocalidade: Algumas implicações
“[...].
A estrutura matrilinear da aldeia é constituída, em qualquer momento, não
apenas de relações entre parentes matrilineares masculinos, mas também entre
estes homens e um número variável de parentes matrilineares femininos que
voltaram para junto deles após o divórcio ou a viuvez, trazendo suas
crianças”.(p.33)
Alguns tipos de ritual
·
Rituais de crise de vida
São as cerimonias ou rituais que acontece em
certos momentos da vida das pessoas.
·
Cerimonias de Iniciação
Os meninos são iniciados coletivamente, eles
são circuncidados, a iniciação ocorre antes da puberdade “é inculcar-lhes
valores tribais, habilidades de caça e instrução sexual”.
As meninas são iniciadas individualmente, elas
não fazem o clitoridectomia, a iniciação ocorre durante a puberdade, tem como
objetivo prepara-las para o casamento o sexo e a maternidade.
·
Cerimônia funerária
“A
quantidade de pompa e circunstância de um funeral depende da riqueza e
importância do morto”.
· Rituais
de Aflição
Os Ndembu associam má sorte na caça, problemas
reprodutivos femininos e várias formas de doenças aos espíritos dos mortos. Os
rituais são realizados para acalmar ou eliminar os espíritos.
·
Cultos
de caça
O jovem
recebe seu chamo através do sonho, a confirmação e através da caçada ir mal, “a
sombra quer o jovem como caçador da tribo”.
·
Cultos de fertilidade das mulheres
1:Knula,
para fluxo excessivo na menstruarão; 2:Wubwang`u, quando espera gêmeos ou
parece estéril; 3:Isoma, Quando tem casos de natimortos ou abortos; e 4:
Chihamba, para doenças ou problemas reprodutivos para mulheres e homens.
·
Cultos
curativos
São tratamentos realizados
com poções ou danças.
Primeira
Parte: OS SÍMBOLOS NO RITUAL NDEMBU
Os significados dos símbolos
eram “objetos, atividades, relações, eventos, gestos e unidades espaciais em
uma situação ritual”.(p.49)
·
Estruturas
e propriedades dos símbolos rituais
Existem 3
tipos de dedução: “1. forma externa e características observáveis; 2.
interpretações dadas por especialistas e leigos; e 3. contextos significativos
amplamente elaborados pelo antropólogo”.(p.50)
·
Alguns
problemas de interpretação
Má
compreensão simbólica.
“Um signo, é
uma expressão análoga ou abreviada de uma coisa conhecida. Mas um símbolo é
sempre a melhor expressão de um fato relativamente desconhecido, um fato,
entretanto que é, não obstante, postulado como existente” (Carl Jung) (p.57)
·
O
Campo do Ritual e a Perspectiva Estrutural
Possui
diversos pontos de vista, utilizando técnicas para descrever a estrutura e
propriedades significantes.
Visão
particular dos símbolos e perspectiva estrutural.
·
Três
Propriedades dos símbolos rituais
A
Classificação do material descritivo permite formular propriedades dos
símbolos:
1.
Condensação: São varias coisas e ações tendo uma representação única.
2. Símbolo
dominante: É uma unificação de práticas e pensamentos.
3.Polarização
do significado: Polo ideológico está ligado a organização social. Polo
sensorial está “relacionado à forma externa do símbolo”.
·
Referência
e Condensação
Símbolos
rituais são estímulos de emoção.
1. Símbolos
Referências: Elaboração formal e consciente.
2. Símbolos
de Condensação: Afunda suas raízes no inconsciente e no emocional.
·
Símbolos
dominantes e símbolos instrumentais
“[...]
Símbolos dominantes possui um alto grau de constância e consistência, que
perpassa o sistema simbólico inteiro”. (p.63)
“Símbolo
instrumental tem de ser visto em relação ao seu contexto mais amplo, isto é, ao
sistema total de símbolos que constitui um dado tipo de ritual”.(p.63)
·
Os
Limites da Interpretação antropológica
“[...].Tais
dados, como vimos, inclui componentes da estrutura social e fenômenos culturais, ideológicos e
tecnológicos. Creio que o estudo desses dados em termo de conceitos das três
subdivisões principais da antropologia - antropologia cultural, teoria
estruturalista e dinâmica social – seria extremamente compensador”. (p.64)
·
Psicologia
Profunda e Simbolismo Ritual
Método
psicanalítico de examinar a forma, o conteúdo, modo de interconexões dos atos e dos objetos
simbólicos, interpretar por meio conceito da prática clínica europeia.
Estrutura de
contexto de ação dos símbolos: Universais, infância, pai/filho, filho/mãe; etc.
·
Competências
de Explicação
“[...]propriedade
crucial dos símbolos rituais envolvem esses desdobramentos dinâmicos. Símbolos
instigam a ação social, [...] polarização de sentidos, transferência de
afetividades, discrepância entre sentidos, condensação de sentidos de
significados manifestando-se de forma mais eloquente.[...].(p.68)
·
A
interpretação das emoções observadas
“[...]Se o
pesquisador está familiarizado com o idioma comum no qual uma sociedade
expressa emoções tais como amizade, amor, ódio, alegria, tristeza,
contentamento e medo, não pode deixar de observar que estas são vivenciadas em
situações rituais.[...]”.(p.71)
Representação
dos símbolos em atuações em rituais.
·
A
supressão situacional do conflito na interpretação
Comportamento
dos participantes: Emoção, prática, valores, normas, direitos e obrigações.
Expressão e
efeitos nos símbolos dominantes.
·
Modos
de inferência na Interpretação
Necessidade
de uma análise prévia por parte dos antropólogos.
Símbolo e
contexto do sistema total, e suas mudanças de significação.
·
Carácter
Relativo de Profundidade
Análise
Culturalista e Estruturalista dos símbolos.
“[...].Numa
situação de campo, a unidade de um símbolo ou de uma configuração simbólica
surge como a resultante de muitas tendências que convergem umas com as outras,
partindo de diferentes áreas da existência biofísica e social. O símbolo é uma
força independente, ela mesma produto de muitas forças opostas”.(p.78)
·
Conclusão:
A análise dos símbolos nos processos sociais
Rituais e
sistemas de rituais – Celebração – Fase do processo Social Amplo.
Classe preventiva de conflitos e desvios que
incluem os rituais periódicos e os rituais de crises de vida.
Constituintes simbólicos podem classificar-se
em elementos estruturais ou símbolos dominantes, e elementos variáveis ou
símbolos instrumentais.
Necessidade
de examinar o contexto mais amplo do campo de ação, do qual o ritual é uma
fase.
·
Os
Limites da competência Antropológica atual
A
competência do antropólogo é identificar e considerar os elementos normativos,
analisar toda a estrutura social resultante dos símbolos e rituais, e somente
através do processo analítico, propor sentido ao objeto de estudo.
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