RUTH BENEDICT
O crisântemo e a espada
Ruth Benedict - Antropóloga americana. Nasceu em Nova Iorque, em 1887. Formou-se na Universidade de Colúmbia tendo como professor e orientador Franz Boas. As teorias de Ruth Benedict exerceram profunda influência sobre a antropologia cultural, sobretudo no estudo das relações entre cultura e personalidade. Suas pretensões conseguiram demonstrar que cada povo tem uma cultura com imperativo moral que deve ser entendido como um todo. Também imaginou que não é possível desprezar aquilo que não é da nossa cultura, com julgamentos apressados ou superficiais. Não se deve avaliar apenas pela nossa referência, pois a moralidade pode ser relativizada. Suas Principais obras:
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1923 - The Concept of
the Guardian Spirit in North America (O conceito do espírito guardião na
América do Norte) - sobre um mito onipresente entre os índios americanos.
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1934 - Patterns of Culture (Padrões de
cultura) - expressa sua confiança no relativismo cultural. Cada cultura possui
seus próprios imperativos morais, que só podem ser compreendidos estudando a
cultura como um todo.
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1935 - Zuñi Mythology
(Mitologia zuñi) – pesquisa sobre os serranos da Califórnia e os pés-pretos
canadenses;
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1940 – Race: Science and Politics (Raça:
ciência e política).
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1946 - The Chrysanthemum
and the Sword (O crisântemo e a espada, lançado no Brasil em 1972). O CÍRCULO
DOS SENTIMENTOS HUMANOS .(pag 151 a 167) Desejo. Os japoneses não condenam a
autossatisfação. Consideram os prazeres físicos bons e dignos de serem
cultivados. Entretanto, precisam ser contidos no devido lugar. Cultivam os
prazeres da carne como uma arte e, depois, uma vez inteiramente saboreados,
sacrificam-se ao dever:
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Banho (quente, frio).
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Sono (Brincadeira de
criança). Sacrifício (estudante, militar).
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Comer (lazer,
disciplina). ―Rápido comer, rápido defecar, os dois reunidos
constituem uma das mais altas virtudes japonesas”.
constituem uma das mais altas virtudes japonesas”.
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O “amor romântico”
(novelas).
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Prazer erótico. Nada há de mal nos “sentimentos
humanos” e portanto não há necessidade de ser moralista quanto aos prazeres do
sexo
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Imoralidade e a obscenidade. Conformidade com
os “padrões ocidentais”.
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O japonês não
preconiza ideal algum, como se faz nos Estados Unidos, que retrate amor e
casamento como uma única e idêntica coisa.
Ø
Casamento para
procriar filhos.
Ø
Gueixas, amante, prostitutas (contrato,
somente para classe superior, filhas de família pobre).
Ø
Satisfações
homossexual (Japão antigo, ocidentais, Lei). Os homens no Japão “procurariam”
garotos como companheiros, já que consideram o papel passivo abaixo da sua
dignidade de adultos.
Ø
Prazeres auto
eróticos. (objetos, masturbação) não experimentam sentimentos de culpa e
consideram-no suficientemente controlado, atribuindo- lhe a sua secundaria
posição numa vida decente (exposição).
Ø
Embriaguez. Beber o sake
constitui um prazer que nenhum homem de posse de suas faculdades negaria a
si próprio.
Tais
pontos de vista japoneses sobre os “sentimentos humanos” têm várias
consequências. Retira todo apoio a filosofia ocidental dos dois poderes, a
carne e o espírito, lutando continuamente pela supremacia em cada vida humana.
O espírito e o corpo não são forças opostas no universo, levando os japoneses
tal princípio a uma conclusão logica: o mundo não é um campo de batalha entre o
bem e o mal. São a alma “branda” e a “rude”, havendo ocasiões na vida de um
homem — e de um país — em que deva ser “brando” e, em outras, “rude”. O seu
deus mais popular é Susanowo. Embora, na mitologia tenha sido expulso para as
trevas devido a um mal comportamento, continua sendo o favorito no panteão
japonês. A natureza humana no Japão, dizem eles, é espontaneamente boa e digna
de confiança, não tem necessidade de combater uma parte má de si própria. A
ideia de que a busca da felicidade seja uma finalidade séria na vida é para
eles uma doutrina imoral, de causar estupefação. O fato de ser tão raro um “final
feliz” nas novelas e peças japonesas e coerente com essa posição deles. A
piedade e simpatia pelo herói e heroína abnegados tem toda a procedência.
Revela que cumpriram a todo custo o seu dever sem que nada — desamparo, doença
ou morte — os desvie do verdadeiro caminho. Os filmes apresentados mostram a
guerra de uma forma rude e a plateia não questiona o propósito pelo qual ela
começou. Desde que todos tenham dado tudo de si. Tais filmes, no Japão, foram
propaganda dos militaristas. Seus responsáveis sabiam que os japoneses não
seriam levadas ao pacifismo através deles.
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